26 de setembro de 2024
Olfato em FocoMicroplásticos no cérebro: um risco para o olfato e a saúde?
Um estudo pioneiro publicado no periódico científico JAMA Network Open revelou a presença preocupante de microplásticos (MPs) no bulbo olfatório humano, a região do cérebro responsável pelo olfato. Essa descoberta, realizada por cientistas brasileiros e alemães, levanta sérias preocupações sobre os impactos desses poluentes para a saúde pública e o meio ambiente.
A pesquisa analisou tecidos do bulbo olfatório de 15 indivíduos falecidos na cidade de São Paulo. Utilizando uma técnica avançada chamada espectroscopia, os cientistas identificaram a presença de microplásticos em 8 dos 15 bulbos analisados (53%). As partículas representaram 75% dos microplásticos encontrados, enquanto as fibras corresponderam a 25%, sendo o polipropileno o polímero mais comum. O polipropileno é um material usado na fabricação de diversos itens do dia a dia, como potes de alimentos.
Essa descoberta é alarmante, pois sugere que os microplásticos, já presentes em diversos ambientes, podem entrar no cérebro humano através do nariz. Isso abre um novo caminho de contaminação com potenciais efeitos neurotóxicos ainda desconhecidos.
Impacto dos microplásticos no cérebro: um campo inexplorado
Embora o estudo não tenha investigado os danos específicos à saúde relacionados aos diferentes tipos de microplásticos, ele destaca a necessidade urgente de novas pesquisas para compreender as consequências dessa contaminação. A presença de MPs no bulbo olfatório representa um risco significativo, considerando a delicadeza do cérebro e a importância do olfato para diversas funções vitais, como memória, emoções e até mesmo o paladar.
A urgência de reduzir o consumo de plástico
Os autores reforçam a necessidade de aprofundar as investigações sobre os efeitos dos microplásticos no sistema nervoso central e suas possíveis consequências para a saúde humana. Esse estudo representa um passo crucial na compreensão da contaminação por microplásticos no corpo humano e inaugura um novo campo de pesquisa que poderá auxiliar na elucidação dos riscos à saúde associados a esses poluentes. A descoberta serve como um alerta para a urgência em reduzir o consumo de plástico, buscar alternativas mais sustentáveis e substituir materiais como o polipropileno, visando à proteção da saúde da população e do planeta.
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