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10 de dezembro de 2025

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Grupo Boticário capta R$ 2 bilhões em títulos sustentáveis em operação de dupla chancela ESG

Emissão combinada acelera a inovação científica em métodos alternativos, fortalece metas climáticas validadas pela SBTi e impulsiona a construção sustentável da nova fábrica do Grupo, em Pouso Alegre (MG), reforçando o ESG como pilar estratégico da companhia

O Grupo Boticário, reconhecido por seu pioneirismo na emissão de títulos sustentáveis na América Latina, concluiu a sua captação do seu 4º Sustainability-Linked Bond (SLB) no valor de R$ 1,625 bilhão, em conjunto com R$ 375 milhões pelo Programa Eco invest Brasil, totalizando R$ 2 bilhões em única emissão. A operação é a primeira do país nesse formato, com parte do recurso fomentado pelo Programa Eco Invest Brasil e parte via SLB – marcando mais um ineditismo da companhia frente à sua estratégia de finança sustentável a partir de uma sólida e consistente governança na agenda ESG. A emissão foi coordenada com exclusividade pelo Itaú BBA e atestada via Second Party Opinion (SPO) pela Environmental Resources Management (ERM), consultoria especialista em avaliação ESG com reconhecimento mundial.

Para esta operação, o Grupo Boticário traz duas metas com foco no desempenho sustentável: a primeira visa aumentar de 55 para 70 os métodos alternativos disponíveis para avaliação de segurança e eficácia de matérias-primas e produtos até 2030. Além disso, dos 15 novos métodos desenvolvidos, pelo menos 12 deverão ter publicação científica até 2030, transformando o conhecimento proprietário em bem público científico para acelerar, ainda mais, a agenda ética, de segurança e inovação sustentável do setor de HPPC  (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). A segunda meta, por sua vez, tem como objetivo reduzir 62% das emissões absolutas de Gases de Efeito Estufa (GEE) escopo 1 (geradas diretamente pelas atividades da companhia) e escopo 2 (emissões indiretas associadas ao consumo de energia) até 2034, tendo como o ano base 2022, em linha com a ambição climática validada pela Science-Based Targets Initiative (SBTi) – conectando, assim, a ambição climática do Grupo ao seu modelo de governança e estratégia de negócio detalhados no seu recém lançado Plano de Transição e Adaptação Climática. 

A captação dupla contará com R$ 1,625 bilhão atrelados à metas SLBs, outros R$ 375 milhões serão atrelados ao Programa Eco Invest Brasil – iniciativa que impulsiona investimentos privados sustentáveis e atrai capital externo para projetos de longo prazo – a fim de viabilizar parte da construção da fábrica de Pouso Alegre (MG) sob os mais altos padrões de sustentabilidade visando a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Com previsão de inauguração em 2028, a nova fábrica está sendo planejada para incorporar todos os pilares dos Compromissos para o Futuro do Grupo Boticário desde sua fundação, garantindo as melhores práticas ambientais e operacionais e a mais alta eficiência energética.

“Desde a nossa primeira captação SLB fortalecemos a conexão entre mercado financeiro e compromissos ESG. Esta é uma agenda perene e presente na visão de futuro do Grupo. Foi assim que inovamos em 2020, quando realizamos a primeira operação SLB no setor de beleza na América Latina. Agora, com essa emissão dupla, seguimos posicionando de forma estratégica a agenda financeira como uma alavanca para o impacto positivo que desejamos para a nossa sociedade”, diz Marcelo Azevedo, CFO do Grupo Boticário.

Histórico de emissão SLB’s

O Grupo Boticário acumula um histórico consistente e pioneiro na emissão de Sustainability-Linked Bonds (SLBs). Em 2020, tornou-se a primeira empresa a emitir esse tipo de título no mercado brasileiro de dívidas, com R$ 1 bilhão atrelado a metas de reciclagem de resíduos e uso de energia renovável nas operações. Em 2023, avançou novamente ao captar mais R$ 2 bilhões nas temáticas de reúso de água e proteção aos animais. Já em 2024, ao emitir R$ 1,15 bilhão, tornou-se a primeira empresa de beleza do Brasil a ter uma meta vinculada a impacto social em uma emissão SLB. Esse percurso demonstra coerência, ambição e capacidade de execução — atributos que sustentam a credibilidade da companhia em finanças sustentáveis.

“Acreditamos no potencial transformador do nosso ecossistema de beleza. O Grupo Boticário atua para ser cada vez mais referência em práticas sustentáveis, reconhecemos nossa responsabilidade como empresa, potencializando nossas contribuições à agenda ESG de forma capilarizada. Ao vincular o sucesso financeiro às metas de descarbonização e à ampliação de tecnologias capazes de garantir a segurança e eficácia dos nossos produtos de maneira ética e confiável,  livre de testes em animais há mais de 25 anos. Dessa forma, ancoramos nosso crescimento em uma visão sistêmica de sustentabilidade, conectando também aos nossos Compromissos para o Futuro, e a partir de uma sólida e consistente governança”, declara Fabiana Freitas, vice-presidente de Assuntos Corporativos da companhia.

Ainda que seja uma empresa de capital fechado, o Grupo Boticário mantém os mais altos padrões de governança, prestando contas à sociedade com a publicação voluntária de metas e indicadores. A estratégia de negócio da companhia, pautada no crescimento consistente e sustentável (alta de 19% em 2024, atingindo GMV de R$ 35,7 bi), permite avançar nas metas e nos investimentos planejados. 

Esse histórico reforça que a atuação sustentável do Grupo Boticário não começa com os SLBs, é fruto de uma jornada de mais de três décadas. Desde a criação da Fundação Grupo Boticário, nos anos 1990, a companhia consolida uma contribuição concreta para a conservação da natureza, com 178 espécies descobertas, 606 unidades de conservação apoiadas e 11 mil hectares protegidos entre Mata Atlântica e Cerrado. Com mais de 1,7 mil projetos ambientais impulsionados em todo o país, incluindo iniciativas estruturantes como a Grande Reserva Mata Atlântica, o Grupo Boticário demonstra que seu compromisso climático, científico e operacional está ancorado em legado, consistência e impacto real, a base que sustenta e dá credibilidade à sua liderança em finanças sustentáveis.

Plano de Transição e Adaptação Climática do Grupo Boticário

Durante a Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas – COP 30, evento global realizado no mês passado em Belém (PA), o Grupo Boticário  lançou o seu Plano de Transição e Adaptação Climática. As metas de descarbonização de curto prazo e net-zero baseadas na ciência foram validadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), com horizontes para 2035 e 2050, e formalizam a ambição climática do Grupo. Com essa conquista, o Grupo Boticário se tornou a primeira empresa brasileira da América Latina e Caribe no setor de Bens de Consumo Duráveis, Produtos Domésticos e Pessoais a obter tal validação, reforçando o alinhamento com a ciência climática e com os objetivos do Acordo de Paris para limitar o aquecimento global a 1.5°C. Este é um passo fundamental para um futuro mais sustentável e resiliente.

Métodos alternativos e mais de 25 anos sem testagens em animais

Neste ano o Grupo Boticário celebrou um marco histórico: há mais de 25 anos a empresa é 100% livre da realização de testes em animais em seus processos de pesquisa e desenvolvimento de produtos para toda a cadeia produtiva, conquistando as certificações internacionais PETA (Beauty Without Bunnies) e Cruelty Free International (Leaping Bunny Program). Para isso, somente nos últimos cinco anos, a companhia investiu mais de R$ 40 milhões no desenvolvimento de métodos alternativos à testagem em animais, abrangendo pesquisas científicas, testes laboratoriais, capacitação de equipe, aquisição de equipamentos, certificações e outras frentes estratégicas. E até 2030, o Grupo prevê um aumento de cerca de 20% nesse investimento e, em 2026 será iniciada a reforma e modernização do Centro Pré Clinico, localizado em São José dos Pinhais (PR). Ainda, entre os avanços desenvolvidos pela companhia, destacam-se a Pele 3D Reconstruída, aplicada desde 2012 para simular em laboratório as camadas da pele humana e garantir a segurança e eficácia de produtos como cremes e maquiagens; a Pele 3D Bioimpressa com Folículo Capilar, um modelo inédito no Brasil, criado em parceria com o Rensselaer Polytechnic Institute (EUA), que será incorporado aos testes a partir de 2026; o Organ-on-a-Chip, que replica órgãos humanos em microchips para ampliar a precisão dos testes de segurança e já é utilizado, por exemplo, na linha infantil BotiBabySkin; além do modelo Reef Safe, que avalia em laboratório os impactos dos protetores solares sobre os corais.