7 de março de 2022
NotíciasFundação Grupo Boticário apoia mais de 260 iniciativas de impacto socioambiental positivo
Suporte e incentivo a ações com viés econômico e desenvolvimento social preocupadas com a proteção do meio ambiente permeia todas as agendas de atuação da instituição; 26 soluções desenvolvidas para resolver desafios ambientais receberam apoio financeiro no valor total de R$ 5,4 milhões para serem executadas
A Fundação Grupo Boticário, que há 31 anos atua pela proteção da natureza brasileira, tem ampliado seus esforços no apoio a iniciativas e negócios de impacto socioambiental positivo. A ação está pautada em três pilares: suporte para estruturar novas ideias em busca de soluções para problemas socioambientais, promovendo a conservação da biodiversidade e gerando oportunidades de trabalho e renda para comunidades; capacitação, mentoria e formação de redes para acelerar e aprimorar iniciativas existentes; e apoio com recursos financeiros.
Os negócios de impacto socioambiental são empreendimentos que geram receita e ao mesmo tempo buscam contribuir positivamente com a sociedade e o meio ambiente do seu entorno por meio de sua atividade principal. Ela pode estar, por exemplo, embasada em ativos da natureza, como turismo em áreas naturais, agricultura sustentável, educação ambiental, artesanato e produção sustentável em diferentes cadeias da sociobiodiversidade.
Nos últimos dois anos, a Fundação beneficiou diretamente mais de 260 iniciativas, envolvendo mentorias, consultorias, ambiente para cocriação, conexão com potenciais parceiros e divulgação de boas práticas e experiências de sucesso. Dessas iniciativas, 26 soluções de destaque receberam apoio financeiro no valor total de R$ 5,4 milhões para serem executadas.
Em 2020, o suporte foi direcionado especialmente a propostas voltadas ao turismo em áreas naturais e a municípios da Grande Reserva Mata Atlântica, maior remanescente do bioma no Brasil, localizado nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Em 2021, o apoio às soluções sustentáveis beneficiou ações preocupadas com a saúde do oceano e de cidades costeiras e também com a bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, que engloba 17 municípios, e o Nordeste do Estado de Goiás, região que abriga rica biodiversidade do Cerrado.
“Toda nossa estratégia de atuação, desde 2019, visa traçar ações de curto e médio prazos que deem força e perenidade a negócios de impacto, contribuindo inclusive com a retomada econômica diante dos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19”, afirma Malu. “Para isso, fortalecemos nossa rede de parceiros e estruturamos diferentes ações que estimulam a criação e a aceleração de negócios de impacto positivo para a natureza”, explica.
Em busca de soluções
Uma das principais estratégias da Fundação neste sentido é a teia de soluções, criada em 2020 para desenvolver soluções para desafios reais, com o objetivo principal de proteger espécies e seus habitats. Uma das premissas é a colaboração e o trabalho em rede, incluindo a participação de múltiplos setores da sociedade. Por meio de chamadas públicas para apoio a projetos, maratonas de ideação e processos de cocriação estimulam o desenvolvimento de protótipos de negócios e novas soluções econômicas, 100 iniciativas já passaram por processo de mentoria e apoio técnico. Destas, 26 foram selecionadas para receber apoio financeiro pelos próximos anos, sendo sete delas relacionadas ao turismo em áreas naturais e 19 com foco em desafios do oceano.
Um dos exemplos de iniciativas já apoiadas pela teia e em processo de aceleração é o eTrilhas. A plataforma digital permite a conexão entre três vetores das trilhas ecológicas: as unidades de conservação, o visitante e a cadeia produtiva do entorno. A iniciativa surgiu no Rio de Janeiro, mas está em expansão para todo o Brasil. Outros exemplos são o e-Natureza, que oferece um conjunto de experiências para promover a saúde e o bem-estar de quem visita áreas naturais e comunidades vizinhas; e a Vivalá, agência que promove expedições turísticas para unidades de conservação com foco na interação com a natureza e com as comunidades locais, unindo o turismo ao voluntariado.
Em relação às soluções para o oceano, entre as propostas selecionadas estão iniciativas voltadas ao turismo de observação da fauna marinha, inclusive com opções de visitas virtuais, como o Como virar Torres para o mar?, em Torres (RS); Aves de Noronha, em Fernando de Noronha (PE); e Conhecer para Conservar, que visa à preservação do peixe-boi-marinho e de aves migratórias, em Icapuí (CE). Também estão sendo apoiadas soluções para reduzir a poluição no oceano, como a Polímera, que propõe um modelo de geração de trabalho e renda para comunidades de pescadores. Outras soluções buscam enfrentar o desafio de mitigar os efeitos da crise climática nas cidades costeiras. Exemplo de negócio nessa direção é a Plataforma Carbono Azul, que pretende auxiliar a gestão pública, a iniciativa privada e a sociedade civil a conhecer as potencialidades do manguezal para o sequestro de gases de efeito estufa.
O 1º Mapa de Empreendedorismo Sustentável na Grande Reserva Mata Atlântica, realizado em 2020, e o 1º Mapa de Negócios Sustentáveis da Baía de Guanabara, de 2021, são exemplos de trabalhos para conhecer, dar visibilidade, divulgar novas oportunidades e proporcionar a troca de experiências entre empreendedores que já atuam com negócios de impacto positivo nessas regiões.
Já o Programa Natureza Empreendedora atua diretamente no fortalecimento de pequenos e médios negócios que, além de gerarem lucro, beneficiam o meio ambiente. Em 2021, a terceira edição do programa na Grande Reserva Mata Atlântica ofereceu oficinas e consultorias especializadas on-line para 15 negócios que impactam positivamente a natureza na região. Também foi realizada a primeira edição do Natureza Empreendedora na Baía de Guanabara, que beneficiou outros 15 negócios. Os encontros virtuais abordaram temas como teoria da mudança, modelo C, marketing, gestão financeira e pitch.
Um dos negócios que se destacou em 2020 foi o Olha o Peixe!, um serviço de entrega de produtos da pesca artesanal que aproxima quem produz o alimento de quem o consome, fortalecendo as comunidades pesqueiras e o consumo consciente em Curitiba e outras cidades paranaenses. Outro empreendimento reconhecido em 2021 foi a Redinha, de Niterói (RJ), que produz bolsas a partir de redes de pesca que seriam descartadas, gerando renda para artesãs e pescadores, além de contribuir para a conservação da Baía de Guanabara.
Os negócios de impacto positivo também podem contribuir com a segurança hídrica. Na Bacia do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais (PR), a Fundação e instituições parceiras estão capacitando agricultores em práticas sustentáveis de cultivo. A ação faz parte do movimento Viva Água, que busca contribuir com a segurança hídrica e adaptação às mudanças climáticas, além de promover o empreendedorismo sustentável e a conservação e preservação de áreas naturais em uma região que abastece cerca de 600 mil pessoas, além de empresas e produtores rurais da Grande Curitiba. O modelo inspirou também o lançamento do movimento Viva Água na Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara, em dezembro passado, que também preza pela resiliência costeiro-marinha da região.
Para 2022, entre as novidades da Fundação Grupo Boticário está a estruturação de mecanismos financeiros inovadores para apoiar negócios de impacto socioambiental positivo, considerando a criação de fundos filantrópicos e plataforma de empréstimo coletivo. Para isso, a instituição, em parceria com a Trê Investindo com Causa, Fundação Avina e Parsifal 21, acaba de lançar o Programa Territórios Regenerativos em municípios da Grande Reserva Mata Atlântica. A iniciativa busca estruturar e fortalecer empreendimentos locais, visando a prosperidade e o desenvolvimento territorial sustentável, aliados com a conservação da biodiversidade.